7 de fev. de 2012

SUDÃO DO SUL (07/02/2012)



Sudão do Sul se torna o mais novo país do mundo
No dia 08/07/2012 o Sudão do Sul conquista sua independência e se torna o 193º país do mundo. O processo para a independência começou com a assinatura no Quênia do Acordo Amplo de Paz em 2005, que estipulava a realização de eleições gerais em abril de 2010 e o plebiscito em janeiro de 2011. A mais nova nação - a primeira na África desde a secessão da Eritréia em relação à Etiópia em 1993 - nasce com muitos problemas e indicadores sociais a reverter, mas celebra com festa a sua liberdade.
O Sudão, maior país da África, com a separação, perderá 25 % de seu território.

A Independência

 A região sul do Sudão (país africano) lutava pela independência política. O processo de independência foi iniciado em 2005, quando o governo sudanês concordou em conceder à autonomia à região a partir do Tratado de Naivasha (assinado em 09/01/2005, em Nairóbi, capital do Quênia, como uma forma de acabar com a Segunda Guerra Civil do Sudão).
O referendo  - A decisão seria finalizada por meio de um referendo com os eleitores da região, que ocorreu no dia 07/02/2011. Mais de 98% dos votos foram favoráveis à independência.  O resultado foi recebido com grande alegria pela população.

 
Sudão do Sul
Capital: Juba.
Área territorial: 640 mil Km²(mesmo tamanho de MG).
Idioma: o árabe é a língua oficial, mas também se fala inglês e uma dezena de línguas indígenas (não oficiais).
População: cerca de 8,5 milhões de habitantes.
População: mais de 50% são menores de 18 e 62% têm menos de 30 anos.
População rural: mais de 80%.
50% da população vive abaixo da linha da pobreza.
Origem da população: origem negra, cristã e animista.
Minerais: é rico em petróleo, mas grande parte da infraestrutura está na região norte.
Religião: Os sudaneses do sul dividem-se entre cristãos católicos, protestantes, anglicanos e outras religiões animistas africanas. O número de muçulmanos vindos do norte também deve aumentar a força da religião no novo país.
Governo:  será liderado pelo presidente Salva Kiir Mayardit, do movimento popular de libertação do Sudão (SPLM, na sigla em inglês), e que chegou ao poder em agosto de 2005. Foi eleito após a morte em um acidente aéreo do ex-presidente John Garang, em julho de 2011.
Constituição: vai usar uma Constituição provisória, a mesma que seu vizinho do norte, enquanto uma equipe técnica elabora uma nova Carta Magna também temporária, que deverá ser aprovada pelo Parlamento.

Reconhecimento: para que uma região declare independência, além do reconhecimento da comunidade internacional, é preciso delimitar um território e ter uma liderança política independente e com autoridade sobre a população.
Partidos políticos: as principais formações são o Movimento Popular de Libertação do Sudão, o Partido da Conferência Nacional, a Força de Defesa do Sudão do Sul, a Frente Democrática Unida, a União de Partidos Africanos do Sudão e o Fórum Democrático Unido do Sudão.

Norte x Sul: a maior parte das reservas petrolíferas sudanesas fica no sul, mas a infraestrutura está no norte, o que obrigará a uma cooperação econômica entre os dois países, já que um conflito armado seria prejudicial para ambos os lados.
Embaixadas: a comunidade internacional ainda não confirmou quais embaixadas serão abertas no país, o que deve ocorrer no longo prazo. No Brasil, o Itamaraty disse que deve adotar o modelo de embaixada cumulativa, quando um país atende ao outro na mesma região.
Segurança: para ajudar o novo país, a ONU autorizou o envio de 7.000 militares para o Sudão do Sul. O objetivo é "consolidar a paz e a segurança no país, e ajudar a estabelecer condições de desenvolvimento" para o país.
Economia: Sudão do Sul e do Norte vão criar uma nova moeda, mas por enquanto ambos vão usar a libra sudanesa. O FMI calcula que o PIB subiu 5% em 2010. O petróleo representou 97,8% da receita em 2010, e a inflação estabilizou-se em 6% em 2009 e 2010.

Nasce como uma nação pobre, carente de infraestrutura e energia elétrica, apesar de ser uma região rica em petróleo. Hoje, o novo país herda mais de 2 milhões de mortes causadas por mais de 40 anos de guerra civil travada entre o exército sudanês e o Exército de Libertação do Povo Sudanês.
Apesar dos conflitos terem terminado, a situação social não melhorou, considerando a população feminina, 92 % das mulheres são analfabetas. A água potável é distribuída por uma empresa privada que disponibiliza caminhões tanque, mais da metade da população não tem água potável. O país não possui estradas e ruas pavimentas, o que prejudica o trabalho de auxílio social de ong´s e da ONU.

A nova nação tenta erguer instituições estatais e acabar com o derramamento de sangue tribal e rebelde. Os conflitos mais intensos são entre as tribos Lou Nuer e Murle. Uma das causas dos confrontos é o roubo de gado.







EUA e Hollywood

08/07/2011 – Hollywood ajudou na independência do Sudão do Sul
A independência do Sudão do Sul, ironicamente uniu liberais e conservadores nos EUA. A separação do país ganhou o apoio de grupos evangélicos e também de atores de Hollywood, como George Clooney, que ficou conhecido como Sr. Sudão.

A campanha pelo Sudão do Sul começou nos anos 1990, quando ativistas hollywoodianos como Clooney passaram a chamar atenção para os massacres da guerra civil entre os sulistas e o norte. Ele chegou a fazer um discurso na ONU em 2006, denunciando a violência.

O movimento também foi apoiado por religiosos conservadores, que passaram a denunciar a perseguição dos sulistas, em geral cristãos, pelos sudaneses do norte, predominantemente muçulmanos.

Representantes evangélicos chegaram a pressionar o ex-presidente George W. Bush, um religioso convicto, a intervir no país africano.

O governo americano não foi tão longe, mas acabou impondo sanções e pressionando o governo de Cartum a assinar um acordo de paz com os separatistas.

Celebridades
Para o representante diplomático do Sudão do Sul nos EUA, Enoch Awejok, a atuação de celebridades como Clooney e o também ator Don Cheadle foi fundamental.

"Sem George Clooney e as igrejas, o CPA (o acordo de paz firmado em 2005) não teria ocorrido", diz. Para Awejok, "eles ainda têm um papel efetivo a desempenhar na resolução dos problemas pendentes no Sudão".

Outra a apoiar a causa foi a modelo Mari Malek. Baseada em Nova York, ela é nascida no Sudão do Sul. Mari diz, no entanto, que os americanos deveriam olhar de maneira aprofundada para o novo país, não apenas como parte de uma "campanha bacana".

O documentário Lost Boys of Sudan (Meninos Perdidos do Sudão, em tradução livre), de 2003, também ajudou a causa do Sudão do Sul ganhar a simpatia dos americanos.

A produção mostra a saga de jovens sudaneses que foram buscar refugio na Etiópia, durante a guerra civil. Também perseguidos no país vizinho, eles escaparam para o Quênia antes de seguirem para os EUA.

Religiosos
O apoio dos grupos evangélicos americanos também foi outro fator de peso para a independência do Sudão do Sul, segundo o ex-embaixador dos EUA na Nigéria, John Campbell.

"O Sudão do Sul capturou o imaginário popular mais do que outros acontecimentos na África porque os cristãos no Sudão usaram sua rede de contatos para fazer os cristãos americanos saberem que os muçulmanos os estavam perseguindo", diz.

Segundo ele, "as celebridades tornaram isso conhecido, a seu modo, para os cidadãos comuns".

Durante a campanha, os evangélicos também enviaram missionários ao Sudão do Sul. A partir dos anos 1990, grupos religiosos passaram a construir escolas, hospitais e igrejas na região, onde boa parte da população ainda segue cultos africanos.

Fontes:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/856853-pais-que-deve-nascer-amanha-sudao-do-sul-tera-infraestrutura-caotica.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sudão_do_Sul
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/02/independencia-tem-988-em-referendo-no-sul-do-sudao-1.html

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