21 de set. de 2008

17 de set. de 2008

A LENDA DA LAGOA DOS BARROS



"Como se não bastassem os ventos da cidade de Osório, que muitos dizem deixar o povo louco, cada lagoa do município tem uma história sobrenatural para ser contada. A gente do lugar adora contar histórias sobre os mistérios que rondam aquelas águas.
Da Lagoa dos Barros, entre Osório e Santo Antônio da Patrulha, já se disse muito.
Já se disse que a lagoa é amaldiçoada.
Não há peixe, não há camarão, não há alga, não há nada, nenhum ser vivo pode existir ali, de tão forte o feitiço. Ninguém nela toma banho, ninguém acampa em suas margens ou se arrisca a dar uma voltinha de barco, por mais breve que seja.
Falam que a água é envenenada, que se não morrer na hora o vivente falece logo depois, após muita febre e dor de cabeça, punido pela imprudência. Também corre de boca em boca a crença do redemoinho. O redemoinho fica bem no meio da lagoa, suga qualquer nadador ou embarcação e larga no oceano, a milhas da costa.
Já se disse, ainda, que a lagoa é encantada.
Viajantes noturnos juram que ali se apresenta um espetáculo sem par, coisa só descrita na mitologia grega. Fadas translúcidas, ninfas circulando sobre as águas, cavalgando em corcéis brancos, dançando ao som do vento.
Sobre o vento também se fala: de tempos em tempos ele deixa de ser vento e vira música.
Mas a mais famosa história ligada à Lagoa dos Barros fala de um caso passional. Lá a noiva Maria Luiza, morta há anos, pode ser vista, vestida de branco, sobre as águas.
A lenda surgiu de um caso real. Nos idos da década de 1930, uma moça foi encontrada morta nas proximidades da lagoa. Alguns dizem que ela teria sido morta pelo próprio noivo. Os dois voltavam da festa de casamento, e ao passar pela lagoa, talvez possuído pelos maus espíritos que rondam o local, ele a estuprou e tirou sua vida. Como requinte de crueldade, a noiva teria sido enforcada com o próprio véu.
Outros contam que o motorista da família era por ela apaixonado e não correspondido. O amor impossível teria, então, um fim trágico. Corroído de ciúme do noivo a quem a moça era prometida, o motorista assassinou Maria Luiza na beira da lagoa quando a levava para casa à noite. Depois do crime, amarrou uma corda presa a uma pedra no pescoço de sua adorada, que foi jogada n'água.
Apesar dos esforços da polícia, a morte de Maria Luiza nunca foi esclarecida. A falta de punição para o assassinato gerou a crença geral de que a alma da noiva ficaria vagando pela lagoa, para sempre, tornando o local mais temido e comentado do que já era.
Seja no fundo da lagoa ou do além, a noiva aparece, de vestido, véu e grinalda, assustando os motoristas.
Tem noites em que ela aparece na beira da estrada, suja, ferida e pálida, pedindo carona. A pobre alma que se oferece para ajudá-la tem que se preparar para o susto. A noiva se evapora no ar no meio da viagem, deixando desnorteado o seu companheiro de viagem.
Verdade ou não, todo o povo de Osório sabe que há algo de estranho na Lagoa dos Barros, isso há." Fonte: Coletânea Lendas Gaúchas, volume1 - Zero Hora,2000

15 de set. de 2008

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA

1835
19 DE SETEMBRO - Gomes Jardim e Onofre Pires comandam uma força de 200 rebeldes. acampados nas cercanias de Porto Alegre, enfrentam os legalistas na Ponte da Azenha.
20 DE SETEMBRO - Os revoltosos entram em Porto Alegre. O presidente da Província, Antônio Fernandes Braga, foge para Rio Grande.
21 DE SETEMBRO - Bento Gonçalves chega à Capital e faz uma proclamação, na qual exalta a ação armada que derrubou o governo provincial.
08 DE OUTUBRO - Os farroupilhas ocupam Piratini e são aclamados pela população.1836
15 DE JUNHO - Depois de várias escaramuças, Porto Alegre é retomada pelos imperiais.

10 DE SETEMBRO - Sob o comando do general Netto, as forças farrapas derrotam as tropas legalistas chefiadas por Silva Tavares, nos campos do Seival, cercanias de Bagé. Morrem 180 homens entre os dois lados.

9 de set. de 2008

O MENINO E O TELEVISOR



A professora Ana Maria pediu aos alunos que fizessem uma redação sobre o que eles gostariam que Deus fizesse por eles. À noite, corrigindo as redações, ela se depara com uma que a deixa muito emocionada. O marido, nesse momento, acaba de entrar, a vê chorando e lhe pergunta:

- "O que aconteceu?". Ela responde:

- "Leia [era a redação de um menino]".

- "Senhor, esta noite te peço algo especial: me transforma em um televisor. Quero ocupar o seu lugar. Viver como vive a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao redor... Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser escutado, sem interrupções nem questionamentos. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter a companhia do meu pai, quando ele chega em casa, mesmo que esteja cansado. E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de ignorar-me. E ainda, que meus irmãos briguem para estar comigo. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, que eu possa divertir a todos. Senhor, não te peço muito... só quero viver o que vive qualquer televisor".

- "Coitado desse menino, disse o marido de Ana Maria. Nossa! Que coisa esses pais!". E ela observa:

- "Essa redação é do nosso filho".

6 de set. de 2008

A INDEPENDÊNCIA



A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
* Para compreender o verdadeiro significado histórico da independência do Brasil, levaremos em consideração duas importantes questões:
* 1° - Entender que o 07/09/1822 não foi um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de emancipação no final do século XVIII. Ainda é muito comum associar a independência do Brasil ao quadro de Pedro Américo, "O Grito do Ipiranga", que personifica o acontecimento na figura de D. Pedro.
* 2° - Perceber que a independência do Brasil, restringiu-se à esfera política, não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características do período colonial.

O SIGNIFICADO HISTÓRICO DA INDEPENDÊNCIA
* A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o cuidado de não afetar seus privilégios, representados pelo latifúndio e escravismo. Dessa forma, a independência foi imposta verticalmente, com a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em geral.
* Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências para que também o príncipe regente voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que marcava a independência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria seus privilégios.
A maçonaria (reaberta no RJ com a loja maçônica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças contra a postura recolonizadora das Cortes.
* D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida poderia representar o esfacelamento do país. Era preciso ganhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se concretizariam os interesses da aristocracia rural brasileira. Um abaixo assinado de 8 mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 09/01/1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".
* É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor Perpétuo do Brasil (13/05/1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em 01/08/1822 considerou-se inimigas as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil.
* SP vivia um clima de instabilidade para os irmãos Andradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da Junta Governativa de SP) foi forçado a demitir-se, sendo expulso da província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não retornasse imediatamente.
* José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao príncipe, juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que ficara no RJ como regente. No dia 07/09/1822 D. Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipiranga, em SP, após a leitura das cartas que chegaram em suas mãos, bradou: "É tempo... Independência ou morte... Estamos separados de Portugal".Chegando no RJ (14/09/1822), D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil. Era o início do Império, embora a coroação apenas se realizasse em 1°/12/1822.
* A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.
Fonte: http://www.historianet.com.br/