A impropriedade das designações de acidentes geográficos não é muito rara na cartografia destinada ao grande público. Tais impropriedades são devidas, geralmente, ao grande respeito pela tradição e pela linguagem habitual do povo. O rigorismo científico talvez distanciasse este da consulta ou da compreensão dos mapas. Assim, vemos nos grandes atlas universais notórios lagos ainda designados por mares, como o Mar Morto, o Mar Cáspio, o Mar de Aral e o Mar da Galileia, apenas este entre parêntesis, corretamente designado por Lago Tiberíades ou de Genesaré.
Outras vezes, como acontece em nosso território, denominações postas apressadamente em roteiros e cartas pelos primeiros exploradores, que não verificaram com a devida exatidão o acidente geográfico, são mantidas pela tradição ou pelo hábito. É o caso da Baía de Guanabara que, inicialmente, foi tomada como desembocadura de um rio, o Rio de Janeiro. Desta maneira, tanto a cidade como o Estado, deveu o seu nome a um rio que não existe.