29 de set. de 2024

RIO JACUÍ

 BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JACUÍ


# A Bacia do Rio Jacuí tem área de 71.600km², que corresponde a 83,5% da área da região hidrográfica do Guaíba. 

# O Rio Jacuí tem suas nascentes no Planalto Sul-Rio-grandense, nos municípios de Passo Fundo e Marau, e toda a sua área de drenagem caracteriza-se pelo uso intensivo do solo para agricultura e pecuária.

# Seu curso superior superior caracteriza-se também pelo aproveitamento energético, onde estão instaladas as UHEs Ernestina, Passo Real, Salto do Jacuí, Itaúba e Dona Francisca.

O Rio Jacuí tem suas nascentes no Planalto Sul-Rio-grandense, nos municípios de Passo Fundo e Marau, e toda a sua área de drenagem caracteriza-se pelo uso intensivo do solo para agricultura e pecuária.

# Seu curso superior superior caracteriza-se também pelo aproveitamento energético, onde estão instaladas as UHEs Ernestina, Passo Real, Salto do Jacuí, Itaúba e Dona Francisca.

# O Rio Jacuí tem suas principais nascentes localizadas no Planalto, cerca de 10km a leste da cidade de Passo Fundo, numa altitude aproximada de 730 metros. Seu comprimento total aproximado é de 710 km. Corre, na direita, o rio Jacuí-mirim; muda para a direção sul até a Depressão Central, onde recebe as águas dos rios Vacacaí-mirim e Vacacaí na margem direita. Daí toma a direção oeste-leste, com a denominação de Baixo Jacuí recebe a contribuição do rio Taquari na margem esquerda, e percorrendo cerca de 300 km até sua foz, com e formação do Delta do Jacuí, onde desembocam os rios Gravataí, Sinos e Caí.

# A precipitação média anual na bacia é variável, atingindo 1.600 mm no seu valor mais alto, nas zonas compreendidas pelo curso principal do rio Jacuí até a foz do Jacuizinho e pelas cabeceiras do rio das Antas. O seu valor mais baixo, em torno de 1.200 mm anuais, encontra-se na zona compreendida pelo curso principal do rio Jacuí, entre Dona Francisca e a confluência com o rio Taquari.

# Os principais contribuintes do Jacuí, em sua margem direita são os rios Jacuí-mirim, Ivaí, Vacacaí-mirim e Vacacaí, e na margem esquerda os rios Jacuizinho, Pardo e Taquari.

# Na área de drenagem da bacia do Jacuí encontram-se aglomerações urbanas de porte significativo, destacando-se as cidades de Santa Maria (face leste), Cachoeira do Sul, Rio Pardo, São Jerônimo, Triunfo, Caxias do Sul (face norte que drena para o rio das Antas), Bento Gonçalves (drena para o rio das Antas), Lajeado (rio Taquari), Estrela (rio Taquari) e Taquari (rio Taquari).     

# A bacia hidrográfica do Jacuí, formada pelas áreas de drenagem do Vacacaí, Vacacaí-mirim, Pardo, Taquari, Antas e o próprio Jacuí, além de outros mananciais, é das mais importantes bacias hidrográficas do Estado do Rio Grande do Sul.

# A área norte do rio Jacuí predominam as culturas intensivas de soja e trigo, através do sistema de cultura rotativa. Na área sul aparece, além destas culturas, o cultivo do arroz e um incremento da pecuária.

# O mau uso do solo agrícola e a falta de práticas conservacionistas conduzem aos processos de erosivos, com o aumento da turbidez e dos sólidos totais nas águas desta bacia. 

# Portanto, o mau uso do solo agrícola associado a aplicação indiscriminada de agrotóxicos contribuem para a degradação da qualidade ambiental na bacia do Jacuí.

# Destaca-se a demanda de água para irrigação de lavouras de arroz, que somam cerca de 78.000 ha plantados, que necessitam, no período de novembro e abril, cerca de 140.000 m³/s. Fica claro então a necessidade de um planejamento adequado dos recursos hídricos devidos aos conflitos de uso de quantidade de água. Já ocorreram conflitos de uso de demanda de água, entre lavouras de arroz e sistemas de abastecimento público, especialmente em períodos de estiagem. Estes e outros assuntos são objetos de debates e estudos nos 4 comitês de bacias existentes na região, quais sejam: Comitê Alto Jacuí, Comitê Baixo Jacuí, Comitê Vacacaí/Vacacaí-mirim e Comitê Pardo.

# No trecho final do rio Jacuí destacam-se as atividades de mineração de carvão e operação de usinas termelétricas à carvão.

# O rio Jacuí é navegável da foz até Cachoeira do Sul, trecho onde se localizam 3 eclusas para navegação. É o principal trecho de pesca comercial de águas interiores do Rio Grande do Sul.

Fonte: https://ww3.fepam.rs.gov.br/qualidade/qualidade_jacui/jacui.asp

BARRAGENS DE NAVEGAÇÃO DO RIO JACUÍ

BARRAGEM ECLUSA DE AMARÓPOLIS



  • - Localizada em General Câmara, a construção desta barragem foi iniciada em 1971 e concluída em 1974. A eclusa permite que as embarcações superem o desnível da barragem e naveguem em direção a Cachoeira do Sul. 
- Encontra-se a 74 km de Porto Alegre, juntamente com as do Anel de Dom Marco, em Rio Pardo, e a s do Fandango, em Cachoeira do Sul, propiciam uma extensão navegável de 300km no Rio Jacuí, e com ligação garantida em qualquer época do ano de Cachoeira do Sul ao Porto de Rio Grande, numa extensão de 600km.


   
- Foi utilizado na barragem o sistema de alças Aubert de 2 metros de largura por 6,10 metros de altura, sendo empregadas em cada vão 43 peças, totalizando 86 alças. Para a manobra das alças foi construída uma ponte metálica, com 720 toneladas de peso total, e instalados 2 carrinhos de manobra para movimentação destas.

- Junto à barragem foi construída uma eclusa com 120 metros de comprimento por 17 de largura. A montante da eclusa tem um muro guia de 50 metros de comprimento e a jusante um cais de atracação de 64 metros de comprimento. Na margem direita junto ao pilar foi construída uma escada para peixes, servindo para migração dos mesmos na época da desova.

- Fazendo parte da barragem-eclusa,  

  • Barragem e Eclusa de Dom Marco
  • Localizada na margem esquerda da HN-706 Rio Jacuí, a construção desta barragem começou em 1966 e terminou em 1972. A barragem e a eclusa estão separadas por 8 km.
  • Barragem e Eclusa do Fandango
  • Localizada em Cachoeira do Sul, esta barragem tem mais de 60 anos e é a eclusa mais antiga sob a responsabilidade do DNIT. 
  • Estas barragens eclusadas permitem um estirão navegável de cerca de 300 km no rio Jacuí.




10 de jul. de 2024

Alguns personagens ...

 PEDRO ÁLVARES CABRAL

⏳ Os dizeres gravados na lápide de Pedro Álvares Cabral não permitem suspeitar que naquele túmulo repousa um homem de muitas glórias. Pelo contrário. A inscrição é totalmente dedicada a sua mulher, dona Isabel de Castro, camareira-mor da infanta dona Maria. Sobre a "descoberta" do Brasil, proeza que garantiria ao navegador português um lugar na História, não há uma só palavra. 
⏳ A lápide representou o ponto culminante do obscurecimento a que Cabral foi submetido em vida. E o principal responsável por esse processo foi ele mesmo. Orgulhoso, irascível e brigão, o "descobridor" do Brasil desentendeu-se com todo mundo que importava na Lisboa do seu tempo e acabou banido da corte. Foi um fim melancólico para alguém que, por seus próprios meios, tornar-se um dos homens mais poderosos do reino.
⏳ Cabral nasceu por volta de 1468, batizado como Pedro Álvares de Gouveia. Só foi receber o sobrenome paterno perto dos 35 anos, quando o irmão mais velho morreu. Na época, apenas o primogênito tinha esse privilégio - e Pedro era o segundo filho. Ele herdou da família, porém, uma tradição de heroísmo na expansão lusitana: seus antepassados haviam lutado em Aljubarrota, Ceuta, Tânger e Alcácer. Cabral iria muito mais longe. Mas seria também a tampa sobre o esquife do clã.
⏳ Criado na corte de Afonso V, ele era um homem culto e habilidoso no manejo das armas. Com 17 anos, teria lutado no Marrocos, onde contraiu malária. As febres crônicas são apontadas como a causa das suas famosas crises de mau humor. Foi esse jovem de 33 anos e 1m90cm (era um dos homens mais altos de Portugal) que o rei dom Manuel decidiu colocar em 1500 no comando da maior armada  já construída por Portugal - 13 embarcações tripuladas por 1,5 mil homens. O objetivo era seguir o caminho para as Índias, recém-descoberto por Vasco da Gama, e voltar com os navios abarrotados de especiarias.
⏳ Afastando-se da costa africana mais do que o usual, o navegador acabou avistando o litoral brasileiro em 22/04/1500. Na terra recém-descoberta, viveu dias idílicos: participou de danças, brincadeiras e troca de presentes com os indígenas. Dias depois, pôs-se novamente ao mar. Em setembro, bombardeava Calicute, grande empório de mercadorias do Oriente. No ano seguinte, com apenas 6 das embarcações que levara, era recebido com festa em Lisboa.
⏳ O prestígio de Cabral estava em alta. Na sua ausência, uma nova armada vinda sendo preparada e o teria como capitão. O responsável por organizá-la, porém, era seu adversário nos bastidores das navegações, Vasco da Gama. Gama resolveu colocar o tio, Vicente Sodré, no comando de 5 dos 14 navios. O "descobridor" do Brasil entendeu a divisão da chefia como um rebaixamento e não aceitou. A rebeldia irritou o rei, e Cabral caiu em desgraça. Desiludido, exilou-se em Santarém. Tentou reaproximações com a corte, mas dom Manuel jamais perdoou.
⏳ Cabral morreu em 1520, esquecido e triste, sem jamais voltar ao mar.


O monumento em homenagem a Pedro Álvares Cabral foi projetado pelo arquiteto Agostinho Vidal da Rocha. A escultura em bronze é do artista Luiz Morrone e foi inaugurada em 10/06/1988, no Parque do Ibirapuera, na Capital paulista. Representou o início das comemorações no Brasil dos "500 anos do Descobrimento".

PERO VAZ DE CAMINHA
Pero Vaz de Caminha

⏳ O Brasil deve a uma tentativa de roubo o relato mais detalhado sobre o seu descobrimento. Em 1496, um português chamado Jorge de Osouro foi condenado por assaltar uma igreja e ferir um padre. Recebeu punição severa: o degredo na insalubre Ilha de São Tomé, na costa ocidental da África. Quatro anos depois, Pero Vaz de Caminha, nomeado para o cargo de escrivão na feitoria de Calicute, embarcava para a Índia como passageiro da frota comandada por Pedro Álvares Cabral.
⏳ A caminho do Oriente, a esquadra de Cabral topou com o Brasil. Caminha percebeu que a descoberta era a oportunidade que esperava para ajudar Osouro, seu genro. Por iniciativa própria, escreveu uma carta pessoal ao rei dom Manuel, rogando-lhe a libertação do parente. O escrivão tomava tal liberdade por se julgar amigo do soberano, devido a serviços prestados à coroa pelo pai e o avô. Para amaciar o rei, floreou o pedido com uma descrição minuciosa da nova terra. No último parágrafo, logo acima da assinatura e da data de 1º de maio, pespegou: "Peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da Ilha de São Tomé a Jorge de Osouro, meu genro".  
Carta de Caminha ao rei


⏳ Pouco se conhece da vida pregressa de Caminha. Ele teria nascido no Porto, sucedido ao pai no ofício de mestre da balança da Casa da Moeda e, eleito vereador, coubera-lhe redigir os relatórios da câmara portuense. Andava pelos 50 anos quando embarcou para Calicute.
⏳ A carta que escreveu, composta de 27 folhas manuscritas, acabou por transcender sua condição íntima e se converteu num inestimável e maravilhoso documento histórico. Com faro de repórter e talento literário, Caminha fixou o primeiro encontro dos europeus com um mundo totalmente novo. Esmiuçou os passos dados pelos portugueses nos 10 dias de permanência na terra e deixou uma série de observações sobre os hábitos e comportamentos dos tupiniquins, tudo registrado num tom entre o científico e o sensacionalista: "Ali andavam entre eles 3 ou 4 moças, bem novinhas com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não nos envergonhamos." 

⏳ Os destinos de Caminha e de sua carta separam-se em maio. A missiva seguiu na nau de mantimentos, esvaziada e mandada a Lisboa para informar o rei sobre a descoberta. O missivista prosseguiu viagem para a Índia. A chegada a Calicute e a instalação da feitoria ocorreram 5 meses depois. Incomodados com a concorrência, cerca de 300 comerciantes árabes atacaram de surpresa o entreposto. Caminha foi contabilizado entre os 50 portugueses chacinados. Em julho de 1501, informado da sua morte, orei dom Manuel recordou as vívidas descrições de seu escrivão e decidiu perdoar Osouro. A carta cumpria seu objetivo primordial.  

TOMÉ DE SOUSA

Tomé de Sousa


⏳ Os 50 habitantes da Vila do pereira esticam o olhar para as 5 naus, as duas caravelas e o bergantim que se aproximam da costa. Estão muito excitados. Por um momento, esquecem a existência quase intolerável, atormentada pela proximidade dos tupinambás e a distância da corte portuguesa. Acompanham boquiabertos o desembarque de agricultores, degredados, burocratas, jesuítas e soldados na Bahia de Todos os Santos. São ao todo 1.320 novos moradores para o vilarejo. Um deles, porém, atrai todos os olhares ao pisar a terra naquela manhã de 29/03/1549.
⏳ O centro das atenções é o sisudo Tomé de Sousa, investido pelo rei dom João III no cargo de primeiro governador-geral do Brasil. Com poderes de monarca, vem para sacudir a letargia da colônia. É o protagonista de uma reviravolta política: o fracasso do sistema de capitanias hereditárias, pelo qual o Brasil fora fatiado e entregue a 15 grandes donatários, estimulou a corte a colocar nas mãos de um único homem toda a administração. Selecionou para a função um militar que se destacara pela probidade, prudência e tino político em campanhas no Marrocos e na Índia.
⏳ Acomodado numa palhoça apertada, Tomé de Sousa apressa-se em chamar Diogo Álvares Corrêa, o Caramuru. Vítima de um naufrágio, Caramuru fora capturado por uma tribo 40 anos antes. Viu todos companheiros serem devorados pelos tupinambás. Foi o único poupado, devido à magreza extrema. Vivendo entre os nativos, casou com a filha do cacique e tornou-se um grande conhecedor da região.
⏳ - Prepare-se. Vamos escolher o terreno para a capital - anuncia o governador. 
⏳ Sob a orientação de Caramuru, Tomé de Sousa veleja para o interior da baía, até deparar com planalto de onde se delineiam o mar e a terra. É aqui, pensa. Manda levantar uma paliçada e inicia a construção. Várias vezes, deixa seus afazeres burocráticos para socar o barro ou carregar no ombro pesados saibros de madeira. No dia 1º de novembro, declara oficialmente instalada a cidade de Salvador da Bahia.
⏳ Dotado de capital, o território já pode ser governado. Tomé de Sousa organiza a defesa, inspeciona as diversas capitanias, pune governantes relapsos, introduz o gado no Brasil. Mas o governador sente falta dos luxos da corte e da família. A cada carta remetida, lembra ao rei de que seu mandato é de 3 anos. Não pretende ficar mais. Manuel da Nóbrega, superior dos jesuítas, não se conforma:
 - De quantos lá vieram nenhum tem amor a esta terra senão ele - escreve ao soberano.
⏳ O substituto chega em 1553. Na hora de despedir-se do Brasil, Tomé surpreende-se com a emoção de que é tomado:
 - Vede isto, meirinho? Verdade é que eu desejava muito, e me crescia a água na boca quando cuidava em ir para Portugal. Mas não sei porque agora se me seca a boca de tal modo que quero cuspir e não posso - desabafa a um funcionário.

PADRE ANCHIETA
⏳ O jesuíta Manuel da Nóbrega exaspera-se. Dispõe de apenas 5 auxiliares para a missão de .... (em construção)   

 









6 de jul. de 2024

OUTROS 500...


 1. 
Antes, bem antes de 1500

Pelo menos 3 milhões de índios viviam no litoral do que conhecemos hoje como Brasil, quando os portugueses chegaram para começar a tomar posse da terra. O impacto do encontro entre os índios e os portugueses foi tão grande que hoje restam apenas aproximadamente 1.693.535 índios em todo o país (de acordo com dados do censo de 2022, representando 0,83% do total de habitantes). A chegada dos portugueses representou para eles uma verdadeira catástrofe: aqueles que se submeteram ou foram submetidos sofreram a violência cultural, as epidemias e mortes. Os colonizadores do século XVI que promoveram o massacre às populações indígenas apenas iniciaram um processo que continua até hoje. São poucas as informações sobre os primeiros habitantes das terras americanas que chegaram até nós, pois só através da pesquisa poderemos conhecer mais sobre a língua, as características, os costumes e toda a diversidade cultural destes povos. Para os portugueses, educados pelo Cristianismo, era difícil entender as práticas indígenas. Eles consideravam estas práticas ausência de civilização ou barbárie. Estamos acostumados a ouvir que a história do Brasil começa com a chegada de Cabral. Mas, como podemos ver, nossa fascinante história começa antes, bem antes de 1500.

2. Por que tudo começou com Portugal?


⏳   Portugal foi o primeiro país da Europa a partir para a expansão marítima, quase cem anos antes que Colombo, enviado pelos espanhóis, chegasse à América. O fato que melhor explica o pioneirismo português é político: desde o século XV, Portugal era um reino unificado, diferente da França, da Inglaterra e da Itália. A unidade política de Portugal ocorreu com a Revolução de Avis (1383-1385), quando o rei e a burguesia, aliados e contando com apoio popular, organizaram um Estado voltado para a defesa dos interesses nacionais. Cinco elementos básicos caracterizam essa política que se chamou de mercantilismo: metalismo, pois a riqueza de um país era medida pela quantidade de metal que ele possuía; uma balança comercial favorável, o que significa o país vender mais do que comprar; o protecionismo do Estado para com a economia; medidas de incentivo à indústria nacional; e o colonialismo, pois a posse das colônias é que garantia o funcionamento de todo o conjunto da política mercantil. Por isso, não tardaria para que as outras nações da Europa logo entrassem numa verdadeira corrida pelas terras da América. 

3. A expansão ultramarina
No século XV, eram os mercadores italianos que detinham o monopólio do comércio no mar Mediterrâneo com o Oriente. Ingleses, flamengos, franceses e ibéricos procuraram então novas rotas para ampliar o comércio e sair da crise social e da crise de mercado em que se encontravam. Este movimento que concretizou a passagem do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico é que chamamos de expansão ultramarina. Portugal foi o primeiro país da Europa a se lançar ao Atlântico, em 1415, com a tomada de Ceuta, no Norte da África. Após a tomada de Ceuta, o infante D. Henrique passou a trabalhar com os navegantes na Escola de Sagres, desenvolvendo a tecnologia necessária para as expedições marítimas mais ambiciosas, cada vez mais distantes das costas europeias tanto para o Sul, contornando a África, quanto para o Oeste, atravessando o Oceano Atlântico em direção à América. Gradativamente, os portugueses avançaram até a ultrapassagem do Cabo da Boa Esperança, em 1488, contornando a África e chegando a Calicute, na Índia, em 1489, quando passaram a comercializar diretamente com as Índias Orientais.

4. "Querendo aproveitar, dar-se-á nela tudo"
Quando, em 1498, Vasco da Gama voltou de Calicute, conta-se que trouxe em apenas uma embarcação a quantidade de mercadorias que Gênova e Veneza recebiam durante um ano. Por isso, D. Manuel, o Venturoso, preparou a mais poderosa esquadra para garantir o domínio das especiarias orientais, e é provável que, sob as ordens do Rei e orientado por Vasco da Gama, Cabral tenha se afastado intencionalmente, chegando assim às terras do que hoje é o Brasil. Depois, Cabral seguiu seu caminho para Calicute, não sem antes avisar Portugal por meio de seu escrivão-mor, que assim escreveu: "Esta terra, senhor, será tão ampla que haverá nela bem 20 ou 25 léguas por costa... Pelo Sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande... porque, a estender os olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela até agora não pudemos ver se há ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro nem o vimos. Porém a terra em si é de muitos bons ares (...). As águas são muitas, infinitas. Em tal maneira e graciosa que, querendo aproveitar, dar-se-á nela tudo (...) Deste Porto Seguro, da vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, 1º de maio de 1500, Pero Vaz de Caminha".   

5. Cabral descobriu o Brasil em 22/04/1500?
Cabral não se chamava Cabral quando chegou ao continente americano, mas Pedro Álvares Gouveia. Ele só passou a se chamar Cabral anos mais tarde, quando morreu seu irmão mais velho. Naquela época, em Portugal, só o filho mais velho recebia o sobrenome do pai, no caso, Cabral; os outros ficavam só com o sobrenome da mãe. Ele não "descobriu", mas veio reconhecer e iniciar o processo de tomada de posse da terra para os portugueses, uma visita oficial, uma conquista.. Não era Brasil o que ele encontrou, mas uma porção de terra que chamou de Terra de Vera Cruz e que só depois da assinatura de muitos tratados passou a se constituir territorialmente no Brasil. Não foi em 22 de abril que tudo teria começado. Ora, devido à mudança do calendário juliano para o gregoriano, em 158, quando o calendário sofreu um avanço de 11 dias para um ajustamento, o  22/04/1500 corresponde, no calendário atual, a 3/05/1500. Então, podemos afirmar que Cabral descobriu o Brasil em 22/04/1500?    

6. Havia crianças nas embarcações
Cerca de metade das crianças nascidas em Portugal entre os séculos XIV e XVIII morria antes de completar os 7 anos. Portanto, no período das grandes navegações, a vida das crianças não tinha muito valor para os pais, que estavam sempre preparados para perder quase metade de seus filhos. Não foram poucas as vezes que os filhos foram entregues, em troca de dinheiro, para viajar nas embarcações que atravessavam o oceano Atlântico como grumetes e pajens. A Coroa Portuguesa recrutava mão-de-obra entre as famílias pobres das áreas urbanas, especialmente os órfãos e pedintes. Pela sua fragilidade, eram as crianças que mais sofriam e que mais facilmente morriam nas viagens, que podiam durar quase um ano. E, dentre todos os embarcados, crianças e adultos, os grumetes é que tinham as piores condições de vida. Eram crianças de não mais que 12 anos, que dormiam ao relento, executavam as mesmas tarefas que os adultos, apesar de receberem um sodo que era menos da metade que o de um marujo. A exploração do trabalho infantil, que é uma marca do nosso país ate hoje, estava presente nos primeiros contatos dos europeus com a América.

7. Depois de aproximadamente 30 anos inicia-se a colonização


Em 1493, através da bula Intercoetera, e em 1494, através do Tratado de Tordesilhas, as terras americanas foram divididas entre Portugal e Espanha, os primeiros países europeus a realizarem as Grandes Navegações. Logo em seguida, outros países da Europa começaram a questionar este domínio, pois estavam prontos para buscar também colônias para explorar. Francisco I, da França, chegou a exigir o testamento de Adão e Eva que doava as terras a Portugal e Espanha. A ameaça estrangeira, a descoberta de metais preciosos nos atuais México e Peru somados à ameaça estrangeira levaram, então, Portugal a mudar sua atitude em relação às terras americanas. Depois de aproximadamente 30 anos da chegada de Cabral, começa a colonização das terras que até então não tinham recebido maiores investimentos. Afinal, todas as atenções de Portugal estavam voltadas para o Oriente, que era mais lucrativo. Os investimentos para as terras da América eram mínimos: o policiamento da costa e o comércio com o pau-brasil, feito através da troca do trabalho indígena de extração da árvore por quinquilharias.

8. A Igreja Católica em xeque-mate
⏳ No período em que Portugal e Espanha se lançaram para as Grandes Navegações, a Igreja Católica enfrentava uma grande crise que foi chamada de Reforma e que causou a chamada Contra-Reforma. Depois de muitos anos sendo a única na Europa Ocidental, a Igreja Católica teve seu poder contestado, sofrendo divisões e perdendo muito do seu poder. A Europa em geral estava se modificando em todos os sentidos: as terras da Igreja interessavam aos reis, que começaram a concentrar o poder político, e a valorização do homem substituía as teorias baseadas na fé com o Renascimento colocando a Igreja Católica em xeque-mate. A saída para tal situação de crise foi a busca de fiéis nas terras que estavam sendo colonizadas na América, e, para isto, foi criada a Companhia de Jesus. O fato de os reis de Espanha e Portugal terem se mantido fiéis ao Catolicismo facilitou a ação da Igreja Católica na América, mas muitos conflitos entre os religiosos que vieram para catequizar os indígenas e os representantes dos reis aconteceram nesse período. Especialmente no caso da escravidão indígena: os jesuítas eram contra esta prática, que foi largamente empregada pelos conquistadores.

9. Grande propriedade, monocultura, escravos   ⏳ Como os portugueses levaram muitos anos para encontrar ouro, a colonização foi organizada no sentido de oferecer ao comércio europeu gêneros alimentícios de grande importância. A Coroa Portuguesa incentivou a empresa comercial com base em produtos tropicais exportáveis em grande escala, no caso o açúcar, assentada na grande propriedade. O objetivo era atender aos interesses de acumulação de riquezas em Portugal, mas a exploração do Brasil acabou atingido toda a economia europeia, até que Portugal não possuía o controle do comércio europeu, que estava nas mãos de ingleses, espanhóis e holandeses. O terceiro e último elemento que caracteriza a colonização do Brasil é o trabalho compulsório. A escravidão africana foi uma alternativa lucrativa para o mercantilismo português. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos africanos, a grande maioria jovens e do sexo masculino. Ao mesmo tempo, a colônia assistia a uma verdadeira catástrofe demográfica com a morte de milhares de indígenas atingidos por doenças.

10. O mapa do Brasil


⏳ Em 1640, com a fundação da Colônia do Sacramento, defronte a Buenos Aires, Portugal oficializou seu interesse em dilatar as fronteiras do Sul do Brasil. Os colonos espanhóis, como resposta, fundaram, então, Montevidéu, junto à Colônia do Sacramento. O choque com os interesses espanhóis nessa região era inevitável porque pelo Rio da Prata escoavam as mercadorias que iam para a zona de mineração, no atual Peru, bem como a prata que vinha de contrabando nas minas. Os ingleses atuaram com os portugueses neste contrabando que prejudicava os interesses espanhóis. O Tratado de Utrech, o Tratado de Madri, o Convênio do Pardo, o Tratado de Santo Ildefonso e o Tratado de Badajós comprovam o complexo jogo diplomático que se seguiu à fundação da Colônia do Sacramento e que envolveu também a região dos Sete Povos das Missões. O Tratado de Badajós (18018) acabou definindo que a Colônia do Sacramento ficaria para a Espanha e se omitiu em relação aos Sete Povos das Missões que acabou sendo recuperado para o Rio Grande do Sul, posteriormente. Assim, lentamente foi se desenhando o mapa do Brasil tal como o conhecemos hoje.    

11. A medicina na Colônia
Durante os primeiros tempos da colonização das terras que hoje pertencem ao Brasil, a doença era explicada através de uma mistura entre medicina e religião. A medicina portuguesa não acompanhou os avanços que entre 1620 e 1650 levaram o progresso científico para a França, a Inglaterra e a Holanda. Nos séculos XVI e XVII, os jesuítas, o Tribunal do Santo Ofício e a Coroa uniram-se contra qualquer nova iniciativa científica ou cultural. A Inquisição perseguia todos os que se desviavam do fervor ortodoxo defendido então pela Igreja Católica. Os intelectuais que procuravam avançar nos estudos científicos eram perseguidos pela Igreja e pelo rei pois as atividades científicas eram consideradas uma heresia. Portanto, o discurso médico inscrevia-se naturalmente dentro do discurso da Igreja. A doença era relacionada com a culpa, com o pecado, com o castigo. Deus estaria castigando seus filhos com males físicos que tinham a função de purificar suas almas. Alquimia, magia, astrologia e empirismo misturavam-se, mantendo a medicina portuguesa no obscurantismo. E o que era válido para a metrópole, Portugal, era igualmente válido para a colônia, o Brasil. 

12. A administração colonial


⏳ Para o sistema mercantilista português o ideal seria organizar a colônia de forma a implantar uma administração eficiente, capaz de assegurar a posse da terra e os interesses econômicos metropolitanos. Mas para isso eram necessários recursos que Portugal não possuía, especialmente levando-se em conta o tamanho da colônia. A primeira solução encontrada, de baixo custo e que já fora aplicada nas ilhas africanas, foi o sistema de Capitanias Hereditárias: o rei dividiu as terras brasileiras em 15 lotes e doou-as a 12 capitães donatários. Os documentos que legalizavam esta relação entre a Coroa e os capitães eram a Carta de Doação e o Floral. Os capitães donatários tornavam-se governadores das terras. Este sistema, porém, não garantiu a ocupação humana e econômica da colônia, que era muito grande e dispersa, difícil de controlar. Então, em 1548, criou-se ainda o cargo de governador-geral, subordinando os capitães e centralizando a administração. A colônia esteve também dividida em regiões administrativas. Em 1720, os governadores-gerais passaram a chamar-se vice-reis.   

13. AS TREZE COLÔNIAS
⏳ Enquanto portugueses e espanhóis ocuparam a América do Sul e Central, formando as chamadas colônias de exploração, baseadas no latifúndio, na monocultura para exportação e na mão de obra escrava africana, na América do Norte, ingleses fugidos das perseguições religiosas participavam da formação das Treze Colônias. Ao Norte da América do Norte surgiram as chamadas colônias de povoamento, a Nova Inglaterra. As condições climáticas daquela região, por serem semelhantes às da Inglaterra, não ofereciam atrativos para a metrópole, que buscava as regiões tropicais. Ali se desenvolveu a agricultura de subsistência, em pequenas propriedades e utilizando mão de obra familiar e assalariada. Devido a uma certa autonomia, desenvolveram manufatura e o comércio se expandiu. Ao Sul da América do Norte, a Inglaterra implantou o sistema de colônias de exploração da mesma forma que os portugueses e os espanhóis. No Centro foram criadas colônias de transição, com o objetivo de inibir o comércio das colônias do Norte com as do Sul. Hoje podemos facilmente concluir que esse comércio foi próspero e fundamental para a superação da condição de dependência dos Estados Unidos.

14. PLANTATION
⏳ Até a segunda metade do século XVIII, o Agreste permaneceu essencialmente uma área de pecuária que foi gradativamente substituída pela agricultura do algodão. A pecuária então foi empurrada para o Sertão, ainda que as condições naturais fossem pouco favoráveis. A Zona da Mata estava ocupada pela cana-de-açúcar e pelo tabaco. No extremo Sul da colônia, a criação de gado, introduzida pelos missionários jesuítas, passou a abastecer de alimentos e couro a população das Minas Gerais, com a descoberta do ouro. No extremo Norte eram as drogas do Sertão que despertavam a cobiça de franceses, ingleses e holandeses. Ainda assim, é a plantation que mais representa essa fase da história do Brasil conhecida como o período colonial. Plantation é uma palavra inglesa que significa monocultura para exportação em grande propriedade. Por que sua importância? Porque foi esse sistema que as mais profundas marcas deixou no Brasil até hoje: a grande propriedade ou o latifúndio, o papel de exportador de uns poucos produtos primários nos negócios internacionais, a dependência econômica em relação ao exterior e a discriminação racial, resultado da escravidão africana.

15. OS FRANCESES NO BRASIL
⏳            

     









  


12 de set. de 2021

OS PRESIDENTES DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

 1º Presidente: GEORGE WASHINGTON

Período: 1789-1797    

Estado: Virgínia

Profissão: fazendeiro, militar e topógrafo

Partido: não afiliado

Vice-presidente: John Adams


2° Presidente: JOHN ADAMS

Período: 1797-1801  

Estado: Massachusetts

Profissão: advogado

Partido: Federalista

Vice-presidente: Thomas Jefferson


3° Presidente: THOMAS JEFFERSON

Período: 1801-1809

Estado: Virgínia 

Profissão: advogado e fazendeiro

Partido: Democrata-Republicano

Vice-presidente: Aaron Burr (1801-1805) e George Clinton (1805-1809)


4º Presidente: JAMES MADISON

Período: 1809-1817

Estado: Virgínia

Profissão: advogado

Partido: Democrata-Republicano

Vice-presidente: George Clinton (1809-1812), vago (1812-1813), Elbridge Gerry (1813-1814) e vago (1814-1817)


5º Presidente: JAMES MONROE

Período: 1817-1825

Estado: Virgínia

Profissão: advogado

Partido: Democrata-Republicano

Vice-presidente: Daniel D. Tompkins


6º Presidente: JOHN QUINCY ADAMS

Período: 1825-1829

Estado: Massachusetts

Profissão: advogado

Partido: Democrata-Republicano

Vice-presidente: John C. Calhoun


7° Presidente: ANDREW JACKSON

Período: 1829-1837

Estado: Carolina do Norte

Profissão: advogado e militar

Partido: Democrata

Vice-presidente: John C. Calhoun (1829-1832), vago (1832-1833) e Martin Van Buren (1833-1837)


8° Presidente: MARTIN VAN BUREN

Período: 1837-1841

Estado: Nova York

Profissão: advogado

Partido: Democrata

Vice-presidente: Richard M. Johnson


9º Presidente: WILLIAM HENRY HARRISON

Período: 1841

Estado: Virgínia

Profissão: militar

Partido: Liberal (Whig)

Vice-presidente: John Tyler


10° Presidente: JOHN TYLER

Período: 1841-1845

Estado: Virgínia

Profissão: advogado

Partido: Liberal (Whig)

Vice-presidente: vago


11º Presidente: JAMES KNOX POLK

Período: 1845-1849

Estado: Carolina do Norte

Profissão: advogado

Partido: Democrata

Vice-presidente: George M. Dallas


12º Presidente: ZACHARY TAYLOR

Período: 1849-1850

Estado: Virgínia

Profissão: militar

Partido: Liberal (Whig)

Vice-presidente: Millard Fillmore


13º Presidente: MILLARD FILLMORE

Período: 1850-1853

Estado: Nova York

Profissão: fazendeiro

Partido: Liberal (Whig)

Vice-presidente: vago


14º Presidente: FRANKLIN PIERCE

Período: 1853-1857

Estado: virgínia

Profissão: advogado

Partido: New Hampshire

Vice-presidente: William King (1853) e vago (1853-1857)


15º Presidente: JAMES BUCHANAN

Período: 1857-1861

Estado: Pensilvânia

Profissão: advogado

Partido: Democrata

Vice-presidente: John C. Breckinridge


16º Presidente: ABRAHAM LINCOLN

Período: 1861-1865

Estado: Kentucky

Profissão: advogado

Partido: Republicano

Vice-presidente: 


17º Presidente: ANDREW JOHNSON

Período: 

Estado: 

Profissão: alfaiate

Partido: Democrata

Vice-presidente:


18º Presidente: ULYSSES SIMPSON GRANT

Período: 

Estado: Ohio

Profissão: 

Partido: 

Vice-presidente:


19º Presidente: RUTHERFORD B. HAYES

Período: 

Estado: Ohio

Profissão: advogado

Partido: 

Vice-presidente:


20º Presidente: JAMES ABRAM GARFIELD

Período: 

Estado: Ohio

Profissão: 

Partido: 

Vice-presidente:


21º Presidente: CHESTER ALAN ARTHUR

Período: 

Estado: Vermont

Profissão: advogado

Partido: 

Vice-presidente:


22º e 24º Presidente: STEPHEN GROVER CLEVELAND

Período: 

Estado: New Jersey

Profissão: advogado

Partido: Democrata

Vice-presidente:


23º Presidente: BENJAMIN HARRISON

Período: 

Estado: Ohio

Profissão: advogado

Partido: Republicano

Vice-presidente:



25º Presidente: WILLIAM MCKINLEY

Período: 

Estado: Ohio

Profissão: advogado

Partido: Republicano

Vice-presidente:


26º Presidente: THEODORE ROOSEVELT JR.

Período: 

Estado: Nova York

Profissão: escritor

Partido: Republicano

Vice-presidente:


27º Presidente: WILLIAM HOWARD TAFT

Período: 

Estado: Ohio

Profissão: advogado

Partido: Republicano

Vice-presidente:


28º Presidente: THOMAS WOODROW WILSON

Período: 

Estado: Virgínia

Profissão: professor

Partido: Democrata

Vice-presidente:


29º Presidente: WARREN GAMALIEL HARDING

Período: 

Estado: Ohio

Profissão: 

Partido: Republicano

Vice-presidente:


30º Presidente: JOHN CALVIN COOLIDGE JR. 

Período: 

Estado: Vermont

Profissão: advogado

Partido: Republicano

Vice-presidente:


31º Presidente: HERBERT CLARK HOOVER

Período: 

Estado: Iowa

Profissão: engenheiro

Partido: Republicano

Vice-presidente:


32º Presidente: FRANKLIN DELANO ROOSEVELT

Período: 

Estado: Nova York

Profissão: advogado

Partido: Democrata

Vice-presidente:


33º Presidente: HARRY S. TRUMAN

Período: 

Estado: Missouri

Profissão: fazendeiro e empresário

Partido: Democrata

Vice-presidente:


34º Presidente: DWIGHT DAVID "IKE" EISENHOWER

Período: 

Estado: Texas

Profissão: militar

Partido: Republicano

Vice-presidente:


35º Presidente: JOHN FITZGERALD KENNEDY

Período: 

Estado: Massachusetts

Profissão: político

Partido: Democrata

Vice-presidente:


36º Presidente: LYNDON BAINES JOHNSON

Período: 

Estado: Texas

Profissão: professor

Partido: Democrata

Vice-presidente:


37º Presidente:

Período: 

Estado: Califórnia

Profissão: advogado

Partido: Republicano

Vice-presidente:


38º Presidente:

Período: 

Estado: Nebraska

Profissão: advogado

Partido: Republicano

Vice-presidente:


39º Presidente: 

Período: 

Estado: Geórgia

Profissão: 

Partido: Democrata

Vice-presidente:


40º Presidente: RONALD WILSON REAGAN

Período: 

Estado: Illinois

Profissão: 

Partido: Republicano

Vice-presidente:


41º Presidente: GEORGE HEBERT WALKER BUSH

Período: 1989-1993

Estado: Massachusetts

Profissão: empresário

Partido: Republicano

Vice-presidente: Dan Quayle


42º Presidente: WILLIAM JEFFERSON CLINTON

Período: 1993-2001

Estado: Arkansas

Profissão: advogado

Partido: Democrata

Vice-presidente: Al Core


43º Presidente: GEORGE WALKER BUSH

Período: 2001-2009

Estado: Connecticut

Profissão: empresário

Partido: Republicano

Vice-presidente: Dick Cheney


44º Presidente: BARACK HUSSEIN OBAMA

Período: 

Estado: Havaí

Profissão: advogado e cientista político

Partido: Democrata

Vice-presidente:


45º Presidente:

Período: 

Estado: 

Profissão: 

Partido: 

Vice-presidente:


46º Presidente:

Período: 

Estado: 

Profissão: 

Partido: 

Vice-presidente:







20 de jun. de 2021

OS INCAS - Machu Picchu saúda o Sol


                  
# "Especialistas concordam que Machu Picchu era apenas mais uma de uma série de propriedades reais erguidas no Vale do Urubamba, junto à fronteira leste do Império Inca. O vale, que fica em uma altitude mais baixa e mais quente do que a capital, Cusco, permitia uma fuga do rígido inverno andino, de junho a agosto. 

# A construção de Machu Picchu foi iniciada pelo soberano Pachacuti por volta de 1450, e a cidade foi usada durante pouco mais de um século. quando os espanhóis entraram no território inca, em 1532, o império desmoronou. Os invasores saquearam e destruíram todos os locais estratégicos. A remota Machu Picchu resistiu intacta - apenas o tempo consumiu a cobertura de sapé de suas casas.

# Quando se contempla este santuário, é possível entender a ideia que os incas faziam da beleza e do sagrado. Machu Picchu está circundada de huacas, elementos naturais que os incas consideravam ter poderes sobrenaturais. O pico das montanhas, ponto de contato entre a terra e o céu, eleva-se ao norte e ao sul, enquanto o rio Urubamba escorre sinuoso pelo leito do vale cerca de 450 metros abaixo. O ciclo anual do Sol, adorado como uma divindade, pode ser acompanhado de vários mirantes. No dia sagrado do solstício de junho, é provável que os incas realizassem em Machu Picchu uma festa.

# Foi necessária uma enorme habilidade para construir este vilarejo em local tão inóspito. Os incas só dispunham de ferramentas de madeira, pedra e bronze e dependiam da força humana para transportar os pesados blocos de pedra. Segundo o engenheiro civil Kenneth Wright e o arqueólogo Alfredo Valencia Zegarra, que estudaram o local, mais da metade do esforço de construção concentrou-se na preparação do terreno, dos sistemas de drenagem e das fundações. 

# As maciças muralhas de retenção e os assombrosos terraços em forma de escada impediram a cidade de desmoronar pelas escarpas por mais de 500 anos.

# Para os descendentes das civilizações andinas, Machu Picchu ainda é uma fonte de orgulho e identidade, o testemunho de uma história e uma cultura que não puderam ser obliteradas pela conquista estrangeira.

Os Incas - Um Império e seus antecessores


# Ao relatar sua história aos conquistadores espanhóis, os incas contaram que seus exércitos haviam tomado de assalto toda região oeste da América do Sul, impondo civilização aos bárbaros e orem ao caos. Os espanhóis estavam predispostos a aceitar tais alegações, pois ficaram espantados com um império cuja população raramente passava fome, cuja capital literalmente reluzia de tanto ouro e cujo sistema de estradas abertas o ano todo ligava as íngremes encostas montanhosas aos desertos do litoral. 

# A despeito de todas as realizações dos incas, porém, eles não foram os criadores da civilização andina, e sim seus herdeiros. Séculos antes deles, outras culturas haviam aprendido a sobreviver nessa região inóspita que se eleva desde o deserto costeiro até a mais extensa cordilheira do planeta. Tais culturas ergueram impérios prósperos e produziram uma arte requintada. A arqueologia está revelando a história pré-incaica, oque permite uma nova compreensão dos próprios incas - o derradeiro e maior império, capaz de unificar as quatro zonas do mundo andino.

MOCHICAS E NASCAS - O surgimento das civilizações
(Cerca de 100 a 800 d.C.)

Mochicas

# Reinos andinos prosperaram no que parecia ser o mais improvável dos locais - ao longo da árida costa setentrional.  Para cultivar os vales ressequidos, os mochicas aproveitavam a água da chuva e do degelo das montanhas, conduzida por aquedutos até os canais de irrigação.

# Como fertilizante, usavam excremento das aves marinhas. A agricultura e uma fértil zona pesqueira possibilitaram a criação de centros administrativos, econômicos e cerimoniais que possuíam pirâmides de adobe, elites abastadas e imensos bairros de artesãos.

# Lhamas e barcos de junco abasteciam de matéria-prima os artífices, que produziam obras-primas da arte andina e dominaram técnicas metalúrgicas mais tarde invejadas pelos incas.
Lhamas - Também chamada de camelo do Novo Mundo, a lhama é um mamífero ruminante bastante comum em regiões acima de 3 mil pés de altitude da América do Sul, como Chile, Bolívia, Peru e Argentina. Atualmente, porém, são encontradas nos Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e alguns países da Europa, pois foram levados para lá para serem animais de estimação ou usados na produção de fibras. Elas são usadas como animal de carga e fornecem leite e lã.
  

# Os soberanos cobravam impostos sob a forma de trabalho, prática que se manteria nos impérios posteriores, e construíram estradas que resistiram até a época dos incas.

# Bem mais ao sul, ao longo de um trecho do litoral ainda mais seco, governantes nascas transformaram o deserto em áreas cultiváveis graças à construção de aquedutos subterrâneos que limitavam a evaporação do precioso suprimento de água, depois distribuída pelos canais de irrigação.

# Por volta do ano 800, ambas as culturas haviam desaparecido, talvez devido aos efeitos do El Niño - inundações e redução da produtividade pesqueira.

TIWANAKU E WARI - Os primeiros impérios
(Cerca de 500 a 1100 d.C.)


# Os tiwanakus e os waris criaram impérios transandinos, desenvolvendo modelos para unificar povos diversos, aproveitando os recursos dos vários ambientes na região e edificando monumentais cidades de pedra.

# Embora situados no altiplano, também colonizaram áreas de planície, de modo a cultivar ali algodão, milho e coca.

# Tiwanaku foi o primeiro a se formar, por volta de 500 d.C., sustentado pela abundância de recursos locais - peixes do lago Titicaca, carne de lhama e alpaca, batata e outros vegetais cultivados em leitos elevados e drenados por canais. 
Isla del Sol - Lago Titicaca


# Para os estudiosos, a cidade de Tiwanaku, erguida ao sul do lago Titicaca e á vista de uma montanha que se acreditava responsável pelo clima, pode ter sido um centro cerimonial. a partir desse núcleo espiritual, a cultura Tiwanaku difundiu-se até 800 quilômetros ao sul, ao longo das rotas das caravanas que cruzavam o deserto até centros mercantis e mineiros.
Lago Titicaca

       
# O império wari surgiu por volta de 600 e, em seu auge, superou em muito os milites de Tiwanaku, estendendo-se por no mínimo 1,5 mil quilômetros do atual Peru. 

# Os waris inventaram muitas práticas depois adotadas pelos incas. Ergueram centros administrativos, interligaram cidades e guarnições militares com uma rede de estradas, deslocaram populações visando a colonização de novos territórios e mantiveram registros por meio de nós em cordões coloridos - um método que seria aperfeiçoado pelos incas.

# Uma seca pode ter sido a responsável pelo fim da influência dos waris e dos tiwanakus.

CHIMÚ E INCA - Choque de culturas
(Cerca de 1000 a 1470)

Chan Chan - a incrível cidade de barro.


# Sobre as ruínas dos reinos mochicas ergue-se o império dos chimús. Tal como a mochica, a cultura chimú difundiu-se pela guerra e tornou-se rica graças aos tributos e ao comércio.

# Também dependia de sistemas de irrigação para produzir seus alimentos e possuía hábeis artesãos têxteis e metalúrgicos.

# Em seu auge, os chimús controlavam mais de 1,3 mil quilômetros da costa setentrional. Eram marinheiros e imagina-se que tenham usado grandes jangadas de madeira.

# Sua capital, Chan Chan, chegou a abrigar 100 mil pessoas: nobres, criados, artesãos e mercadores. Por volta de 1200, quando os chimús começaram a conquistar os abastados reinos setentrionais, os incas não passavam de um reino menor. No final do século XV, porém, avançando rapidamente a partir dos planaltos centrais, os exércitos incas dominaram um importante reino dos chimús, a cidade de Cajamarca.
Chan Chan - a cidade de barro.


# Depois, cortaram o suprimento de água. Embora mais avançados, os chimús foram derrotados. Além de saquear as cidades, os incas levaram consigo os artesãos - inúmeras práticas chimús ajudaram a definir a sociedade incaica. Entre elas estavam o tratamento dos soberanos como divindades, que eram veneradas mesmo após a morte; a herança das propriedades dos soberanos por seus descendentes; e a distribuição de imensa quantidade de têxteis, ouro e prata aos membros da restrita classe dominante.

O IMPÉRIO INCA - A unificação dos Andes
(1438-1572)



# Ao estabelecer seu Estado - Tahuantinsuyu, ou 'terra das quatro zonas'-, os incas aperfeiçoaram instituições e tecnologias de outras culturas a fim de criar um império de dimensões até então jamais vistas nos Andes.

# Nunca um governo controlara um território tão amplo, com tamanha variedade de ambientes, com tantos súditos. A imposição de algum tipo de unidade a esse domínio exigiu habilidade administrativa e logística.

# Os incas tomaram as estradas existentes e as uniram num sistema integrado. Realizaram censos dos milhões de súditos e certificaram-se de que todos contribuíam para o Estado - e que os produtos desse trabalho eram corretamente distribuídos ou armazenados.

# 'Os incas eram extraordinários, mas não tinham controle absoluto', diz o arqueólogo Terence D'Altroy. 'Eram obrigados a negociar e a se adaptar. Em várias regiões, os incas mantiveram os chefes locais. Muitos súditos só viam raramente um inca.' 

# Escavações recentes mostraram que, embora os incas tenham transformado a região central do império, em torno da capital Cusco e em grande parte do altiplano, seu domínio teve impacto bem menor em áreas distantes e no litoral, onde governavam por intermédio das elites locais, que prestavam contas a uma autoridade inca.

# Eles de fato dispunham de um poderoso arsenal de controle, incluindo a capacidade de mobilizar um exército muito maior do que qualquer inimigo. Mantinham guarnições em territórios ocupados e deslocavam populações rebeldes para áreas distantes. Mesmo assim as rebeliões eram constantes. 

# Segundo a historiadora Maria Rostworowsi de Diez Canseco, tal ausência de unidade básica, assim como a fragilidade das instituições incas, causou o colapso do império. Por exemplo, o costume de acumular riqueza para comprar a lealdade de membros da realeza e governantes locais obrigou o império a aumentar cada vez mais o fardo do trabalho compulsório - e, com isso, a agitação dos súditos.

# Após uma meteórica ascensão, Tahuantinsuyu ruiu com rapidez ainda maior após a chegada dos espanhóis, em 1532. Isolados, os derradeiros incas que ainda resistiam foram derrotados em 1572.

Guia dos Andes - Maravilhas arqueológicas


# As civilizações andinas não possuíam sistema de escrita e, portanto, não deixaram tais registros. A arqueologia contemporânea proporciona o melhor - e as vezes o único - meio de elucidar as questões sobre a cultura inca e as outras que a precederam.

# Os governantes mochicas de Sipan foram enterrados com todo o aparato de sangrentas cerimônias de sacrifício humano. Santuários em cumes montanhosos preservam os restos congelados de crianças sacrificadas aos deuses pelos incas. E Machu Picchu continua sendo uma majestosa exibição de riqueza. Quase meio milênio após a derrocada do último império andino, as descobertas apenas começaram.
                                                                                                                         

Cultura mãe? 
Cerca de 900 a 200 a.C.

Arte chavin


# O arqueólogo Julio C. Tello descreveu a cultura chavin - difundida a partir do centro cerimonial de Chavin de Huantar - como o 'berço da civilização andina'. É discutível o impacto de culturas anteriores ao longo do litoral, mas as técnicas metalúrgicas e têxteis dos chavins, e a sua arte com animais estilizados, sem dúvida influenciaram as gerações sequentes.
Cultura chavin



Guerreiros mochicas
Cerca de 100 a 800 d.C.


# Famosos pelas imagens de combates e sacrifícios humanos que adornam joias e outros artefatos exumados de suas sepulturas reais, os reinos mochicas, na costa norte do Peru, possuíam hábeis artesãos em metalurgia e cerâmica - o que resultou em obras-primas dos Andes. Por causa de seus retratos realistas, historiadores da arte os chamam de 'gregos do Novo Mundo'.

Nasce um império
Cerca de 600 a 1000 d.C.


# Do vale de Aiacucho a cultura wari difundiu-se por todo o Peru, construindo estradas e centros administrativos depois usados pelos incas. Para os estudiosos, os waris eram parte do império tiwanaku - a cerâmica de ambas as culturas mostra a 'divindade com bastão' segurando armas ou plantas. Hoje, considera-se que os waris tinham um império mais amplo, estendendo-se por 1,5 mil quilômetros ao norte e ao sul.

O treme-terra
1438


# Segundo a tradição oral, o Império Inca surgiu quando o príncipe Pachacuti, ou Treme-terra, negou-se a recuar diante da invasão de guerreiros rivais. Vitorioso, enviou ao sul seus exércitos para que conquistassem as ricas terras, de Tiwanaku. Em seguida ele reconstruiu Cusco, transformou-a em capital imperial e reorganizou os domínios centrais incas.

Velhos caminhos
1438 a 1532


# Para controlar o império, os incas precisavam mover-se. Por isso, construíram até 40 mil quilômetros de estradas, algumas pavimentadas com pedras, ligando Cusco a centros administrativos, entrepostos e cidades provinciais. Uma das rotas atravessava as montanhas. Outra seguia paralelamente ao litoral. Lhamas levavam fardos de até 50 quilos.

As epidemias
Cerca de 1525


# Anos antes da invasão dos espanhóis, a varíola e outras doenças europeias contra as quais os povos andinos não eram imunizados ali chegaram vindas do norte. O governante Huayna Capac, filho de Tupa Inca, morreu numa epidemia em 1527. A luta sucessória por seu trono fez com que, ao chegarem, os espanhóis encontrassem o império tumultuado.

Resgate real
1532


# Após desembarcar no litoral, cerca de 160 saqueadores liderados por Francisco Pizarro seguiram até as montanhas para enfrentar Atahualipa. Os espanhóis convidaram o inca para encontrar-se com Pizarro na praça de Cajamarca, onde massacraram sua escolta e o tornaram como refém. Vinte toneladas de prata e ouro não bastaram para a libertação de Atahualipa.

Força espanhola
1532 a 1533


# Enquanto estava preso, Atahualipa ordenou que seu irmão Huascar fosse assassinado. Em seguida, os próprios espanhóis mataram Atahualipa. Após receberem reforços e contando com aliados entre os indígenas - além de terem cavalos e espadas-, os europeus derrotaram os exércitos de Atahualipa e tomaram Cusco.

Reação inca
1536


# Forçado a contemplar as torturas, os estupros e a escravização de seus súditos, Manco Inca fugiu de Cusco. Refugiou-se nas montanhas e atacou os 190 espanhóis encurralados em Cusco. Mas seu exército encolheu à medida que seus homens partiram para cultivar os campos. Com isso, não pode tomar a cidade e as planícies, onde os cavalos tornavam os espanhóis invencíveis.

Fim de um império
1572


# Forças espanholas tomaram Vilcabamba e capturaram o governante inca em exercício, Tupa Amaru. Símbolo da resistência, ele foi decapitado em Cusco. Pouco restou do império de seus antepassados.     

















 
(Em construção...)

Fonte: National Geographic (suplemento de  maio de 2002)